Eu sou como aquela fonte
Que vai tão triste, a chorar:
Desce da encosta do monte,
Corre em procura do mar.
Perdição da minha vida,
Meu amor! bem compreendo
Onde vou nesta descida...
E vou chorando e descendo.
Pobre da fonte, baqueia
Na vargem, sempre a chorar,
E turva, turva de areia,
Corre... corre para o mar...
Perdição de minha vida,
Amor que me vais levando!
Terá fim esta descida?
Há de ter... Mas onde? e quando?
Com pouco mais que descaia
Lá vai a fonte parar:
Chega na beira da praia...
Morre nas ondas do mar...