Pintava um grande artista uma figura
de formosa mulher, mas na boca existia
um rasgo que a seu gênio se escondia,
que escapava ao pincel e à pintura:
um sorriso de esplêndida beleza,
que era como uma brilho de ternura
perdido numa sombra de tristeza.
De repente, o pintor na ânsia louca
do gênio que ao criar se imortaliza,
com um golpe de luz trançou na boca
a secreta expressão de tal sorriso.
Olhou o seu trabalho, o artista, longo tempo,
com a muda ansiedade do deslumbramento...
Depois, num íntimo arrebatamento,
frenético, acercou-se do retrato,
e desmanchou com um beijo o esplêndido sorriso!