Ainda uma vez tu brilhas sobre o palco,
Ainda uma vez eu venho te saudar...
Também o povo vem rolando aplausos
í€s tuas plantas mil troféus lançar...
Após a noite, que passou sombria,
A estrela-d'alva pelo céu rasgou...
Errante estrela, se lutaste um dia,
Vê como o povo o teu sofrer pagou...
Lutar!... que importa, se afinal venceste?
Chorar!... que importa, se afinal sorris?
A tempestade se não rompe a estátua
Lava-lhe os pés e a triunfal cerviz.
Ouves o aplauso deste povo imenso,
Lava, que irrompe do pop'lar vulcão?
í‰ o bronze rubro, que ao fundir dos bustos
Referve ardente do porvir na mão.
O povo o povo
Maldiz as trevas, abençoa a luz
Sentiu teu gênio e rebramiu soberbo:
â€" P'ra ti altares, não do poste a cruz.
Que queres? Ouve! â€" são mil palmas férvidas,
Olha! â€" é o delírio, que prorrompe audaz.
Pisa! â€" são flores, que tu tens í s plantas,
Toca no fronte â€" coroada estás.
Descansa, pois, como o condor nos Andes,
Pairando altivo sobre terra e mar,
Pousa nas nuvens p'ra arrogante em breve
Distante ... longe ... mais além voar.