Tu que não crês, nem amas, nem esperas,
Espirito de eterna negação,
Teu halito gelou-me o coração
E destroçou-me da alma as primaveras...
Atravessando regiões austeras,
Cheias de noite e cava escuridão,
Como num sonho mau, só oiço um não
Que eternamente echôa entre as esféras...
--Porque suspiras, porque te lamentas,
Cobarde coração? Debalde intentas
Oppôr á Sorte a queixa do egoísmo...
Deixa aos timidos, deixa aos sonhadores
A esperança van, seus vãos fulgores...
Sabe tu encarar sereno o abismo!